Hoje estou me sentindo especialmente burra! De repente, depois de tanta luta, sinto que retornei à estaca zero. Mais uma vez acho que eu não tinha o direito de fazer isso comigo mesma... mas é essa minha maior missão: parar de me auto-boicotar.
Quando senti que estava pronta pra recomeçar, que uma nova mulher estava nascendo dentro de mim, me permiti, por um segundo de burrice, sem nenhum prazer, retroceder! O mais importante nesse momento é entender que tudo depende de mim e de mais ninguém! A partir de agora, só eu posso fazer algo por mim mesma. Só eu posso me permitir ficar estagnada. Só eu posso me permitir retroceder.
Não permitirei nada disso! Entendo que esse sentimento é fruto de questões minhas, que estão muito mal resolvidas. Tenho uma insegurança que me impede de ir além. Tenho preconceitos enraizados... Tenho duvidas e muitos medos. Quero fazer algo por mim mesma.
Essa noite sonhei que estava com um grupo no qual todos falavam de qual igreja tinham vindo. Lembro que no sonho eu ficava em duvida sobre qual falar, já que frequento pelo menos três igrejas católicas, além do santuário e outros lugares. Mas não chegou a minha vez de falar porque, de repente, eu estava ao lado de um ônibus com uma única pessoa do grupo - um homem. Quando olhei para meu pulso percebi que tinha um buraco bem pequeno, como se fosse uma ferpinha. Daí eu via muitos buraquinhos iguais, em muitos pulsos, que tb eram meus. Quando eu apertava saia um negócio imenso - uma espécie de lagosta, com o mesmo tamanho, formato e cor - com as raízes - sim, tinha até raiz - pretas, como se já estivesse podres. Tirar isso me aliviava... então, a sensação que eu tinha era que estava colocando pra fora algo que me incomoda... Quando esse negócio caiu no chão, eu acordei!
Voltando à realidade... quantas coisas me incomodam... Preciso resolver meus problemas, encarar os fatos e ser feliz, porque tenho plena consciência de que, com todos os problemas, porquês, etc, sou uma mulher de muito valor. Aliás, se eu fosse um homem, eu seria a mulher que eu queria pra mim... rsrsrs
Letras e Reticências
segunda-feira, 28 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
Tem coisas com as quais não me acostumo
Muito tempo sem escrever... Talvez, uma tentativa de fuga de mim mesma. Estou ainda em um período de auto conhecimento, recuperação da auto estima, entendimento, e, principalmente, de cura. Ainda não consigo pensar no que aconteceu. Tenho consciência de tudo, mas me recuso a falar, lembrar, ou trabalhar isso verdadeiramente dentro de mim.
Eu sei o que passei e o quanto doeu. E não falar foi a maneira que encontrei para fugir da dor.
Descobri que possuo uma nobre capacidade de perdoar quem me machucou. Sempre soube que eu não era de guardar mágoas, mas desconhecia esse lado do qual hoje me orgulho, pois considero uma grande evolução espiritual.
O tempo está passando muito rapidamente, e lá se vão mais de 17 meses. Hoje, já não sofro por pensar que poderia ter dado certo. Tenho plena convicção de que meu casamento já começou errado e jamais poderia ter tido um final feliz. Tenho, inclusive, uma leve desconfiança de que aquele amor que eu julgava ser o maior do mundo foi inventado por mim mesma, na tentativa de me fazer feliz.
A separação não é fácil, especialmente para mim, uma mulher de trinta e poucos anos (tenho hoje 33 para ser mais específica) que talvez sonhava em casar, mas que um belo dia fez do casamento o seu maior sonho. Sou filha de pais que enamorados, que se amam verdadeiramente e que estão nesse momento em lua de mel, comemorando 40 anos de casados. Sou fruto de uma família nordestina, machista até a alma. Cresci - pasmem! - escutando que a mulher fácil, o homem chupa e joga o bagaço fora.
Não nego que muitas vezes disse ao meu ex marido que o meu maior desejo era nunca mais ser de homem nenhum. Nossa! E eu acreditava naquilo... E o pior, ainda acredito. Mas, como eu disse anteriormente, ainda estou em um momento de cura.
Hoje, me conforta saber que apesar de eu ainda não estar curada, as feridas - literalmente - já não estão mais abertas. Me sinto capaz de seguir em frente e de cicatrizá-las e, apesar de todo o preconceito que tenho de mim mesma, acredito que sou uma grande mulher e que, um dia, isso será valorizado.
A minha maior questão atualmente não é com meu ex - ou com os meus ex, no plural - a minha questão é comigo mesma. Fui muito permissiva com o destino e disso ainda não me perdoei. Dizem que Deus ri daqueles que fazem plano, mas acredito que ele deve ter chorado muito ao me ver trilhar e planejar caminhos tão errados. Sou dona do meu nariz, estou aqui, apta a seguir em frente.
Mas aqui ao meu lado tem duas lindas almas, duas crianças maravilhosas que sentem na pele o peso das minhas escolhas. Eu tinha o direito de errar, mas não sei se tinha o direito de dar pra elas pais tão ausentes e egoístas, que só se preocupam com eles mesmos. Não sei se eu tinha o direito de depois de ter visto minha filha mais velha passar por tanta coisa, errar novamente. Hoje, minha caçula foi dormir chorando chamando pelo pai que talvez tenha se apaixonada e por isso não dá notícias há dias. No céu, estava a maior e mais linda lua dos últimos 18 anos, mas eu estava aqui, em terra firme, com um nó na garganta e o coração apertado e um desejo infinito de poder começar de novo e dar um novo fim para a minha história.
Eu sei o que passei e o quanto doeu. E não falar foi a maneira que encontrei para fugir da dor.
Descobri que possuo uma nobre capacidade de perdoar quem me machucou. Sempre soube que eu não era de guardar mágoas, mas desconhecia esse lado do qual hoje me orgulho, pois considero uma grande evolução espiritual.
O tempo está passando muito rapidamente, e lá se vão mais de 17 meses. Hoje, já não sofro por pensar que poderia ter dado certo. Tenho plena convicção de que meu casamento já começou errado e jamais poderia ter tido um final feliz. Tenho, inclusive, uma leve desconfiança de que aquele amor que eu julgava ser o maior do mundo foi inventado por mim mesma, na tentativa de me fazer feliz.
A separação não é fácil, especialmente para mim, uma mulher de trinta e poucos anos (tenho hoje 33 para ser mais específica) que talvez sonhava em casar, mas que um belo dia fez do casamento o seu maior sonho. Sou filha de pais que enamorados, que se amam verdadeiramente e que estão nesse momento em lua de mel, comemorando 40 anos de casados. Sou fruto de uma família nordestina, machista até a alma. Cresci - pasmem! - escutando que a mulher fácil, o homem chupa e joga o bagaço fora.
Não nego que muitas vezes disse ao meu ex marido que o meu maior desejo era nunca mais ser de homem nenhum. Nossa! E eu acreditava naquilo... E o pior, ainda acredito. Mas, como eu disse anteriormente, ainda estou em um momento de cura.
Hoje, me conforta saber que apesar de eu ainda não estar curada, as feridas - literalmente - já não estão mais abertas. Me sinto capaz de seguir em frente e de cicatrizá-las e, apesar de todo o preconceito que tenho de mim mesma, acredito que sou uma grande mulher e que, um dia, isso será valorizado.
A minha maior questão atualmente não é com meu ex - ou com os meus ex, no plural - a minha questão é comigo mesma. Fui muito permissiva com o destino e disso ainda não me perdoei. Dizem que Deus ri daqueles que fazem plano, mas acredito que ele deve ter chorado muito ao me ver trilhar e planejar caminhos tão errados. Sou dona do meu nariz, estou aqui, apta a seguir em frente.
Mas aqui ao meu lado tem duas lindas almas, duas crianças maravilhosas que sentem na pele o peso das minhas escolhas. Eu tinha o direito de errar, mas não sei se tinha o direito de dar pra elas pais tão ausentes e egoístas, que só se preocupam com eles mesmos. Não sei se eu tinha o direito de depois de ter visto minha filha mais velha passar por tanta coisa, errar novamente. Hoje, minha caçula foi dormir chorando chamando pelo pai que talvez tenha se apaixonada e por isso não dá notícias há dias. No céu, estava a maior e mais linda lua dos últimos 18 anos, mas eu estava aqui, em terra firme, com um nó na garganta e o coração apertado e um desejo infinito de poder começar de novo e dar um novo fim para a minha história.
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